ENADE 2011 - QUESTÃO 25
Serei de tal modo dependente do corpo e dos sentidos que não possa existir sem eles? Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns: não me persuadi também, portanto, de que eu não existia?
Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi, ou, apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui ardiloso que emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há, pois, dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa.
De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.
DESCARTES, R. Meditações. In: Descartes. Trad. de J. Guinsburg e Bento Prado
Júnior. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 73-142. (Os Pensadores).
Com base na passagem acima, em que Descartes afirma a existência do pensamento, analise as afirmações abaixo.
I. Trata-se, nessa passagem, do cogito como verdade eterna.
II. Trata-se, nessa passagem, do cogito como verdade temporal.
III. Trata-se, nessa passagem, do cogito afirmado da negação do Deus enganador.
IV. Trata-se, nessa passagem, do cogito como primeira certeza do sistema cartesiano.
V. Trata-se, nessa passagem, do cogito afirmado da negação da existência do mundo, do céu, da terra e de todos os espíritos.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e IV.
D) II e V.
E) III e V.
QUESTÃO ANTERIOR:
- Parmênides e Heráclito estabeleceram um campo de batalha que alimentou séculos de guerra filosófica
GABARITO:
C) II e IV.
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