A ideia defendida por Marileusa Ferreira da Silva no trecho 2, se aplicada ao poema Vento (trecho 1),
Leia atentamente os trechos abaixo:
TRECHO 1
Vento
Se a gente jogar uma pedra no vento / Ele nem olha para trás. / Se a gente atacar o vento com enxada / Ele nem sai sangue da bunda. / Ele não dói nada. / Vento não tem tripa. / Se a gente enfiar uma faca no vento / Ele nem faz ui. / A gente estudou no Colégio que vento / é o ar em movimento. / E que o ar em movimento é vento. / Eu quis uma vez implantar uma costela / no vento. / A costela não parava nem. / Hoje eu tasquei uma pedra no organismo / do vento. / Depois me ensinaram que vento não tem / organismo. / Fiquei estudado.
(BARROS, Manoel de. Poemas rupestres. 4 ed. Rio de Janeiro:
Editora Record, 2007, p. 37)
TRECHO 2
“A poesia de Manoel de Barros não é de fácil recepção. A magia de sua palavra age profundamente sobre o leitor, embora a compreensão permaneça desorientada. Essa obscuridade, um objetivo das artes modernas, é intencional.”
(SILVA, Marileusa F. da. Manoel de Barros: o poeta da palavra. In:
SANTOS, Paulo S. Nolasco dos (Org.). Ciclos de literatura
comparada. Campo Grande: Editora UFMS, 2000, p. 73)
UFGD 2010 - QUESTÃO 55
A ideia defendida por Marileusa Ferreira da Silva no trecho 2, se aplicada ao poema Vento (trecho 1), permite que se afirme que
(A) a poesia de Manoel de Barros não é de fácil compreensão, pois o poeta “desmente” liricamente os dados científicos estudados no Colégio (“Vento é o ar em movimento”).
(B) a leitura do poema de Manoel de Barros não é de fácil compreensão, pois é intencional o apelo a imagens inusitadas como “implantar uma costela no vento” ou “tasquei uma pedra no organismo do vento”.
(C) a poesia de Manoel de Barros é toda construída sobre a ideia contida no poema Vento, isto é, sobre a contradição entre a ciência (“vento é o ar em movimento”) e a arte (“Se a gente joga uma pedra no vento / Ele nem olha para trás.”).
(D) o poema de Manoel de Barros é confuso e obscuro, uma vez que o poeta utiliza imagens inverossímeis como “jogar uma pedra no vento” e “a costela não parava nem.”.
(E) o poema Vento não é de fácil recepção pois, ao final de sua leitura, não se sabe ao certo se o poeta concorda com a explicação científica ou se está sendo irônico ao dizer que “ficou estudado”.
QUESTÃO ANTERIOR:
GABARITO:
(B) a leitura do poema de Manoel de Barros não é de fácil compreensão, pois é intencional o apelo a imagens inusitadas como “implantar uma costela no vento” ou “tasquei uma pedra no organismo do vento”.
RESOLUÇÃO:
Não temos resolução para essa questão! Você sabe explicar? Copie o link dessa página e envie sua resolução clicando AQUI!
PRÓXIMA QUESTÃO:
QUESTÃO DISPONÍVEL EM: