Quando se pensa no futuro da humanidade, a primeira ideia que ocorre a muitas pessoas é a importância do progresso científico e tecnológico....
Quando se pensa no futuro da humanidade, a primeira ideia que ocorre a muitas pessoas é a importância do progresso científico e tecnológico.
Mas não será que o progresso implica também a valorização das artes, enquanto dimensão fundamental de uma formação de base humanista?
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.
No seu texto:
– explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
– utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2021/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre duzentas e trezentas e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
SOLUÇÃO:
Se pensarmos nos desafios a que a humanidade está sujeita – alterações climáticas, luta contra a atual pandemia, questões de segurança nas nações –, é indubitável colocar a esperança nos progressos científico e tecnológico. O futuro depende disso.
Porém, será apenas a ciência e a tecnologia a tábua de salvação da humanidade? Não deverá o progresso implicar também a valorização das artes, enquanto dimensão fundamental de uma formação de base humanista? A resposta a esta questão é clara: sim, a humanidade depende também desta formação de base humanista.
A humanidade distingue-se pela sua evolução científica e tecnológica. Mas distingue-se também pela sua criação artística: através dela, o ser humano tornou-se intemporal (pela literatura, pela arquitetura, pela pintura, pela escultura…). É através das artes, das disciplinas de base humanista que se expressa o que há de mais humano: com o saber filosófico, problematiza-se, questiona-se; com o conhecimento histórico percebe-se o passado e, assim, acautela-se o presente e o futuro; com a literatura, a pintura permite-se a expressão de sentimentos, de estados de alma, dá-se conta da plenitude humana, rompese barreiras, rompe-se a censura, cria-se!
É esta compreensão da importância da formação humanística que leva a que, na discussão da reformulação de cursos de engenharia, se pondere a inclusão de cadeiras de base humanista. Talvez se tenha percebido que falta alguma humanidade na criação científica e tecnológica.
É também relevante que se dê espaço à formação humanística em campos tão tecnológicos e racionais como é o campo dos serviços de inteligência e de segurança das nações. Com efeito, são muitos os escritores, os pintores, os designers, entre outros humanistas, a serem convidados a criar mundos possíveis. Afinal, antes de o ser humano sequer imaginar que podia vencer a gravidade da atmosfera ou a pressão dos oceanos, já se sonhava com viagens interplanetárias ou com aventuras ao fundo do mar em máquinas bizarras que ninguém queria acreditar.
A capacidade criativa e a expressão de sentimentos, que só uma boa formação humanística pode emprestar ao ser humano, é fundamental para que o progresso científico e tecnológico seja, da facto pleno de humanidade.
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