Deixa de ser besta, Bala! Tu bem sabe que do meio da gente só pode sair ladrão... Quem é que quer saber da gente? Quem?
Considere os textos I, II e III para responder a questão (08).
Texto I
Professor baixou a cabeça:
– Deixa de ser besta, Bala! Tu bem sabe que do meio da gente só pode sair ladrão... Quem é que quer saber da gente? Quem?
Só ladrão, só ladrão... – e sua voz se elevava, agora gritava com ódio.
AMADO, Jorge. Capitães da areia. Rio de Janeiro: Record, 1989. p. 122.
Texto II
Numa mesa pediram cachaça. Houve um movimento de copos no balcão. Um velho então disse:
– Ninguém pode mudar o destino. É coisa feita lá em cima – apontava o céu.
Mas João de Adão falou de outra mesa:
– Um dia a gente muda o destino dos pobres...
Pedro Bala levantou a cabeça, Professor ouviu sorridente. Mas
João Grande e Boa-Vida pareciam apoiar as palavras do velho, que repetiu:
– Ninguém pode mudar, não. Está escrito lá em cima...
– Um dia a gente muda... – disse Pedro Bala, e todos olharam para o menino.
AMADO, Jorge. Capitães da areia. Rio de Janeiro: Record, 1989. p. 140.
Texto III
Livre-arbítrio: é você ou o universo que determina suas escolhas?
Luiza Pollo
Filósofos, físicos e neurocientistas se debruçam atualmente sobre uma questão que acompanha a humanidade há milênios: será que nós temos mesmo livre-arbítrio? Spoiler: não há consenso.
Entre esses profissionais citados, há diferentes correntes que argumentam em sentidos opostos. Para os filósofos, o debate se dá principalmente em torno da tese do determinismo causal, que tem suas origens na física. "De uma maneira simplificada, essa tese nos diz que o estado de coisas num determinado momento — que podemos chamar de momento T1 —, junto com as leis da natureza, dizem qual vai ser o estado das coisas num momento futuro — o T2 — e permite saber qual foi o estado das coisas no passado. Se só existe um futuro possível, então estamos falando de uma determinação", explica Beatriz Sorrentino, professora do curso de Filosofia da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso). [...]
Atualmente, os filósofos que se dedicam a estudar a existência ou não do livre-arbítrio costumam se dividir a partir da crença na compatibilidade ou na incompatibilidade do livre-arbítrio com a tese determinista. Há os compatibilistas, que acreditam que é possível falar em liberdade de escolha mesmo que a natureza (e por consequência os seres humanos) estejam inseridos num sistema determinista; e há os incompatibilistas, que não veem a possibilidade de o livre-arbítrio existir caso o estado das coisas e as leis da física sejam os únicos responsáveis por reger nossas ações.
POLLO, Luiza. Livre-arbítrio: é você ou o universo que determina suas escolhas? Disponível
em:<https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2021/05/22/livre-arbitrio-e-voce
-ou-o-universo-que-determina-suas-escolhas.htm>. Acesso em 02 set. 2022.
CEFET-MG 2023 - QUESTÃO 08
As correntes filosóficas apresentadas no Texto III se relacionam aos argumentos levantados nos textos I e II pelo ponto de vista de
A) João de Adão, para quem o universo define as escolhas humanas.
B) Professor, cuja fala aproxima-se do pensamento determinista.
C) Pedro Bala, cujo destino de seguir os caminhos do pai já estava determinado.
D) João Grande, que, ao apoiar as palavras do velho, advoga em favor do livre-arbítrio.
QUESTÃO ANTERIOR:
GABARITO:
B) Professor, cuja fala aproxima-se do pensamento determinista.
RESOLUÇÃO:
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PRÓXIMA QUESTÃO:
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