Traçamos um paralelo direto da literatura árcade com a contemporaneidade. Fugere Urbem (latim)
Texto 12
Fugere Urbem: o requinte da moda urbana em universos particulares
A fuga da cidade em busca de tranquilidade sem perder o requinte
Jaqueta Vivienne Westwood – Sapatos: Raid
Traçamos um paralelo direto da literatura árcade com a contemporaneidade. Fugere Urbem (latim) simboliza, no Arcadismo, o poeta que se desloca da vida agitada e corrida da cidade para a calmaria das zonas mais afastadas. Em tempos modernos, a busca pela calmaria em spots secretos é cada vez mais rotineira. A mulher moderna quer estar antenada nas últimas tendências e, ainda sim, necessita de um espaço para que esteja em equilíbrio com a mente e o próprio ser. Esse editorial traduz o cenário com poesia em forma de fotografia.
ELEUTÉRIO, Lorena. A fuga da cidade em busca de tranquilidade
sem perder o requinte. Revista Lofficiel.
26/11/2020. Adaptado. Disponível em:
https://www.revistalofficiel.com.br/moda/fugere-urbem-moda-urbana
Acesso em: 25 abr. 2022.
Texto 13
Casa no campo
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar do tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras
Pastando solenes no meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
E meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
[...]
Casa no campo. Composição: Tavito / Zé Rodrix. Excertos.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/elis-regina/45668/
Acesso em: 20 abr. 2022.
Texto 14
A primavera floresce, de Ernest Walbourn (1872 – 1927)
https://baopadana.blogspot.com/2015/09/ernest-walbourn.html
Texto 15
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
que viva de guardar alheio gado,
de tosco trato, de expressões grosseiro,
dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite
e mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte:
dos anos inda não está cortado;
os pastores que habitam este monte
respeitam o poder do meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha,
que inveja até me tem o próprio Alceste:
ao som dela concerto a voz celeste,
nem canto letra que não seja minha.
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
…
GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu &
Cartas chilenas. São Paulo: Ática, 2019. p. 83. (Série
Bom Livro). Excertos.
UPE 2023 - QUESTÃO 09
A produção literária do Arcadismo reflete a valorização da razão e a retomada dos valores greco-latinos. Diversas características do movimento árcade podem ser visualizadas em produções literárias e não literárias contemporâneas.
Considerando as características do Arcadismo no Brasil, com base na leitura dos Textos 12, 13, 14 e 15, assinale a alternativa CORRETA.
a) O Texto 12 explora a função metalinguística da linguagem e retoma as características do Arcadismo brasileiro, por meio de relação intertextual explícita apresentada já no título. Nesse texto, a autora explica que, na poesia árcade, a ideia de cidade como ambiente preferido para se viver é rejeitada e, assim, o poeta desloca seu olhar para a representação da vida no campo.
b) Ao explorar as funções conativa e emotiva da linguagem, a canção “Casa no campo” (Texto 13) dialoga com o Texto 12 na valorização do fugere urbem (fugir da cidade). A mensagem do Texto 12 traduz a liberdade da mulher moderna e aponta o lirismo da poesia árcade, por meio da conexão entre linguagens verbais e não verbais.
c) O bucolismo e o realismo são explorados na pintura (Texto 14), em sintonia com as características da literatura árcade, que busca expressar a ideia de uma vida real, tranquila e amena no campo (locus amoenus – "lugar ameno, agradável"). Os Textos 13 e 14 evidenciam relações intertextuais explícitas no processo de estilização da linguagem rebuscada na música e na pintura.
d) Diferentemente do estilo barroco, a poesia árcade recusa termos complicados, preferindo a clareza, bem como os jogos de palavras e ideias na escrita literária, como se nota nos Textos 13 e 15. No poema (Texto 15), o eu lírico aponta para sua capacidade impressionista na construção poética, conforme os versos: “os pastores que habitam este monte/ respeitam o poder do meu cajado/ [...] nem canto letra que não seja minha./ Graças, Marília bela,/ graças à minha estrela!”.
e) No poema árcade de Tomás Antônio Gonzaga (Texto 15), o eu lírico apresenta elementos da natureza para expressar a simplicidade da vida do campo, conforme os versos: “dá-me vinho, legume, fruta, azeite;/ das brancas ovelhinhas tiro o leite/ e mais as finas lãs, de que me visto” Nota-se, no poema, o bucolismo na representação de uma natureza tranquila e serena, um refúgio calmo que se opõe aos grandes centros urbanos.
QUESTÃO ANTERIOR:
GABARITO:
e) No poema árcade de Tomás Antônio Gonzaga (Texto 15), o eu lírico apresenta elementos da natureza para expressar a simplicidade da vida do campo, conforme os versos: “dá-me vinho, legume, fruta, azeite;/ das brancas ovelhinhas tiro o leite/ e mais as finas lãs, de que me visto” Nota-se, no poema, o bucolismo na representação de uma natureza tranquila e serena, um refúgio calmo que se opõe aos grandes centros urbanos.
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PRÓXIMA QUESTÃO:
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