O autor recorre a um eufemismo (abrandamento da expressão) no seguinte trecho do texto
Texto para as questões de 17 a 20.
ASCENSÃO DOS CHARLATÕES
Vivemos numa era de charlatões? Já se disse muitas vezes que escritores possuem sensibilidade particular para as mudanças culturais de seu tempo. Portanto, a publicação em língua inglesa de dois romances intitulados Charlatans – um de Robin Cook, outro de Jezebel Weiss – pode ser um sinal de alerta de que isso esteja acontecendo. Talvez esses livros sejam um aviso para que tomemos cuidado com esses indivíduos que, em número crescente, prometem o que não podem cumprir, arrogam-se qualidades que não possuem ou oferecem produtos nada confiáveis, como notícias falsas, remédios suspeitos e trapaças online. A lista desses mestres da ilusão pode incluir também alguns evangelizadores, curandeiros e políticos, bem como, convém não esquecer, certos intelectuais.
O que explica a proliferação dos charlatões em nosso tempo? Uma das respostas possíveis é que ela resulta das pressões e da sedução exercidas pelos meios de comunicação, sobretudo a televisão e as redes sociais.
No mundo dos negócios, as redes sociais transformaram certos consultores em celebridades. Tenham eles tomado ou não os pregadores como modelo, é significativo que esses consultores sejam conhecidos como “gurus do marketing”. Mesmos os intelectuais que antes deviam sua condição de celebridade a aparições frequentes em programas de tevê agora se tornaram blogueiros e estrelas das redes sociais.
Como aconteceu no caso da televisão, a nova mídia molda as mensagens que propaga. Certos presidentes hoje vociferam no Twitter como seus predecessores faziam no rádio. Acadêmicos e cientistas sentem-se tentados a oferecer frases de efeito a respeito de tudo.
Na disputa por atenção, visões extremadas valem mais que a moderação, e ideias tresloucadas, como teorias da conspiração, mais que o bom senso. As novas mídias têm contribuído para criar e propagar novos tipos de charlatões, ajudadas pela disseminação de dúvidas sobre valores até agora tidos como certos (inclusive a verdade). Também nunca houve tantas oportunidades para o marketing pessoal como nesta era das redes sociais – oportunidades fartas para inflar a própria reputação como quem enche um balão. Sendo assim, nós poderíamos considerar os que criticam essa situação como sucessores de Burchard Mencke. A missão deles, assim como a do autor de A Charlatanice dos Sábios, é furar alguns desses balões.
Peter Burke, piauí, No. 176, maio/2021.Adaptado.
FGV-SP 2024 - QUESTÃO 19
O autor recorre a um eufemismo (abrandamento da expressão) no seguinte trecho do texto:
A) “As novas mídias têm contribuído para criar e propagar novos tipos de charlatões, ajudadas pela disseminação de dúvidas sobre valores até agora tidos como certos (inclusive a verdade)”. (5º. parágrafo)
B) “Na disputa por atenção, visões extremadas valem mais que a moderação, e ideias tresloucadas, como teorias da conspiração, mais que o bom senso”. (5º. parágrafo)
C) “A lista desses mestres da ilusão pode incluir também alguns evangelizadores, curandeiros e políticos”. (1º. parágrafo)
D) “Acadêmicos e cientistas sentem-se tentados a oferecer frases de efeito a respeito de tudo”. (4º. parágrafo)
E) “No mundo dos negócios, as redes sociais transformaram certos consultores em celebridades”. (3º. parágrafo)
QUESTÃO ANTERIOR:
GABARITO:
C) “A lista desses mestres da ilusão pode incluir também alguns evangelizadores, curandeiros e políticos”. (1º. parágrafo)
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