No fundamento da teologia da libertação se encontra uma mística: o encontro com o Senhor no pobre, que hoje é toda
ENADE 2015 - QUESTÃO 32
No fundamento da teologia da libertação se encontra uma mística: o encontro com o Senhor no pobre, que hoje é toda uma classe de marginalizados e explorados de nossa sociedade caracterizada por um capitalismo dependente, associado e excludente. Uma teologia — qualquer que seja — que não possua, em sua base, uma experiência espiritual é sem fôlego e tagarelice religiosa.
Parte-se da realidade miserável como a descreveram os bispos de Puebla, “como o mais devastador e humilhante flagelo que é a situação de desumana pobreza em que vivem milhões de latino-americanos, vítimas de salários de fome, de desemprego e subemprego, da desnutrição, da mortalidade infantil, da falta de moradia adequada, dos problemas de saúde e de instabilidade no trabalho”. Quem não se apercebe dessa realidade escandalosa não pode entender o discurso da teologia da libertação. Essa experiência-raiz pode ser trabalhada em dois níveis: um sensível, assim como se mostra à primeira vista aos nossos olhos; outro analítico, como se revela em seus mecanismos estruturais postos à vista mediante a análise científica.
BOFF,L.; BOFF, C. Da Libertação: o teológico das libertações sócio-históricas.
Petrópolis: Vozes, 1982 (adaptado).
A partir do texto, avalie as afirmações a seguir.
I. É tarefa da teologia perceber a enorme miséria na qual incontável número de pessoas vive na América Latina, e tal percepção deve levar à indignação ética e religiosa de forma a mover a ação pastoral em favor das pessoas atingidas pela miséria
II. É tarefa da teologia analisar os mecanismos que causam o estado de miséria de milhões de latino- americanos e de pessoas de outros continentes, articular críticas e mediar ações que levem a mudanças amplas e radicais da realidade.
III. É tarefa da teologia chamar a atenção de simpatizantes dos princípios teológicos para que vejam à miséria reinante e se empenhem para amenizá-la onde seja possível, pois é ilusão pensar que se possam alcançar mudanças amplas na sociedade.
IV. Na perspectiva da teologia da libertação, é urgente uma transformação do sistema capitalista reinante na sociedade, que beneficia uma minoria em detrimento da grande maioria e, para alcançar esse objetivo, é preciso abrir mão da espiritualidade e da experiência religiosa ou mística.
V. Os principais expoentes da teologia da libertação perceberam que os bispos em Puebla exageraram na forma como descreveram a realidade de milhões de latino-americanos, por isso a maioria dos teólogos da libertação nunca aderiu ao discurso desses bispos.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) II e IV.
C) III, IV e V.
D) I, II, III e V.
E) I, III, IV e V.
QUESTÃO ANTERIOR:
GABARITO:
A) I e II.
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